Colaboração de Rafael Munduruca*
Desde o início do ano, meu namorado e eu estamos desenvolvendo projetos com aspirações artísticas.
O Edu é formado em Desenho Industrial e após ter passado 2014 com um projeto de realizar uma foto por dia, começou 2015 criando uma ilustração por dia. Conforme seu projeto foi amadurecendo, e encontrando um traço específico e definido, reuniu suas obras sob o nome Proudly Nerd, voltado para um público “orgulhosamente nerd”.
Enquanto isso, comecei a procurar pelo verde no concreto e no asfalto paulistano, buscando identificar uma cidade menos cinza, em pequenas mostras de beleza e resistência, registrando todo o verde com a câmera do meu smartphone. Dei ao meu projeto o nome de Um dia mais verde.
Agora, oito meses depois, nossos projetos se encontraram. O Edu começou a ilustrar a partir de algumas de minhas fotos e nosso trabalho reunido ganhou uma força especial. Durante esse período, ele começou a receber encomendas para produzir ilustrações personalizadas e exclusivas e seu produto final passou a ser emoldurado, ganhando as paredes da casa de amigos e de desconhecidos. Me senti encorajado a transformar também as fotos do Um dia mais verde em quadros e começamos a procurar outras oportunidades, além das redes sociais, para apresentar nosso trabalho.
Não sei bem como surgiu a ideia de participar de feiras públicas, mas logo apareceram duas indicações: o Mercado de Pulgas e o Mercado da Minhoca, ambas no Elevado Costa e Silva, o famigerado Minhocacão. Então, fomos fazer uma espécie de “pesquisa de mercado”: focamos mais na estrutura dos stands do que nos produtos e no público e fomos visitar a quarta edição do Mercado de Pulgas, no último dia 16 de agosto.
A feira tinha gente bacana, projetos variados e uma estrutura simples, que não demandava grandes investimentos. Decidimos que na semana seguinte era hora de começar então a dar as caras e apresentar nossos trabalhos.
Colocamos um produto que muita gente curte em nosso repertório, cadernetas estilo “moleskine”, personalizadas com nossas criações. Investimos em embalagem e outros detalhes como adesivos e cartões e fomos nós ao Mercado da Minhoca.
A experiência como expositor foi curiosa.
Tínhamos decidido não ficar abordando os clientes, dando liberdade para que as pessoas se aproximassem e escolhessem à vontade. Acho que essa decisão pareceu um pouco atípica ao público, que timidamente levou alguns cartões, mas ficou bastante à vontade para ir embora de mãos vazias.
Nossas únicas vendas foram realizadas para familiares, entusiasmados com nossa iniciativa e amigos interessados no trabalho. O fato é que, nesta primeira experiência, não tivemos muito êxito como comerciantes.
Apesar da tarde ter sido ensolarada (o que dificultou um pouco nossa vida sem tenda sobre o asfalto quente), o público potencial da feira teve um dia concorrido: a Avenida Paulista estava fechada para os carros e aberta ao lazer e a Vila Madalena realizava a 38ª edição de sua já tradicional Feira da Vila.
O marasmo no mercado permitiu que eu deixasse por uns minutos meu “estande” e conseguisse caminhar pela feira, conhecer o trabalho da concorrência e perceber que a maioria dos produtos à venda eram objetos, acessórios usados e muitas variedades de carne louca, com preços bem abaixo do que estávamos tentando praticar.
Havia muitos brechós com produtos que poderiam vestir drags bem montadas e moderninhos descolados e alguns expositores apresentando objetos decorativos e/ou artísticos, como nós.
O mercado complementa uma vocação que o Minhocão tem demonstrado nos últimos anos, de ser um ponto de encontro divertido para prosear com os amigos, passear com os cachorros, pedalar, correr ou caminhar.
Os mercados ainda têm muito espaço para crescer e trazer muitas outras pessoas para ocupar esse espaço público. Talvez voltemos nas próximas edições (a de setembro é no dia 27), torcendo para sermos mais prósperos nos negócios e esperando mais uma vez reencontrar os amigos e fazer novos colegas.
<3
*Rafael Munduruca é editor web no Sesc em São Paulo e mestrando em Tecnologias da Inteligência e Design Digital pela PUC-SP. Atualmente, colabora com o Coletivo Mínimo com textos sobre arte e tecnologia e prepara um livro ilustrado chamado Histórias de Bicicleta, em parceria com a ilustradora e editora do A Coisa Toda, Miag.
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